domingo, 17 de outubro de 2010

Sobre a saudade, os detalhes e os riscos


      A saudade chegou aqui em casa e, por educação, abri a porta. Só percebi depois que ela não veio sozinha, trouxe muitos pensamentos e lembranças. Me disse que não sabia quando ia embora. “Chega sem falar nada e não sabe quando vai embora? Inconveniente essa saudade, não?” De início eu também pensei assim, mas vi que se a saudade for embora, quem chega é a solidão, logo... a saudade é uma benção. Sendo assim, disse a ela que ficasse o tempo necessário.  
                “E ela já foi embora?”  Ainda não, tá aqui ao meu lado agora. “E como está sendo a convivência aí?” Uma maravilha. Ao contrário do que alguns dizem, a saudade não é ruim. “Você está longe de alguém que você queria estar perto, como você diz que a saudade não é ruim?” É que quando a saudade chega, como eu disse antes, ela traz lembranças e pensamentos. E para o pensamento não há distância capaz de separar duas coisas, logo, o estar longe ou estar perto é um mero detalhe.
                “É, mas ainda acho arriscado manter a saudade perto por muito tempo.” Claro que há risco! A saudade pode ter aparecido do lado de cá, mas nem passou perto do lado de lá. Aí a situação fica desequilibrada, e o desequilíbrio, de forma geral, é ruim. O ideal é você ter uma companhia ao se arriscar. “Isso! Pelo menos você não quebra a cara sozinho, né?” A questão não é se você vai quebrar a cara ou não. A questão é se daqui algum tempo você vai dizer “pelo menos eu tentei” ou “eu devia ter tentado”. Se você quebra a cara ou não... é só um detalhe.
                É engraçado escrever esses textos. Depois de postados você vê reações totalmente diferentes, uns se apegam à saudade,  outros aos detalhes ou aos riscos, outros não se apegam a nada e nunca mais acessam o blog e tem alguns que só vão querer saber o motivo da saudade. O motivo não vem ao caso, eu só não quero correr o risco de ver a saudade se tornar um detalhe. “E como fazer isso?” Quando a saudade falar, você simplesmente responde. Tá ficando tarde. Boa noite, durma com Deus.
                    Até a próxima!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O tempo, a mudança, os problemas

Depois de um bom tempo sem postar, voltei. Acabou o período de avaliações, a tensão tá diminuindo... tudo voltando à normalidade. Mas mesmo que essa normalidade se reestabeleça, não será normal como antes. “Mas por que você diz isso?” Digo isso, porque mesmo que tudo esteja como antes, você mudou. “Você é a soma das suas decisões.” Essa semana li essa frase e não consegui tirar da cabeça. Me vi pensando em como eu estou hoje e como estava ontem; e tentei relacionar isso com a frase. “Você não tinha mais o que fazer?”  Tinha, mas mesmo assim achei melhor encontrar uma relação nisso tudo... e no final, acredito que tenha valido a pena.
                Primeiro, tentei visualizar como eu estou hoje: fazendo faculdade, fazendo café de maneiras inusitadas, tirando manchas de roupas, tentando achar solução para os mais variados problemas do cotidiano e blá blá blá; sentindo muita saudade família, dos amigos e da outra casa; mas também tenho feito novas amizades e aprendido muito. “Nossa! Parece problemático conciliar os estudos, os problemas do dia-a-dia e a saudade. Não prefere voltar?” Não. Se não fossem os problemas, qual seria a graça da vida? O grande problema em questão não é a dificuldade que você passa, é como você passa pela dificuldade.
                Depois disso, me imaginei há um tempo atrás: em casa, com a família, com os amigos, tudo era mais fácil de se conseguir. Mas lá também havia problemas! “Que tipo de problemas?” Por exemplo: por tudo ser mais fácil pra mim, eu não enxergava o esforço dos que tornavam tudo fácil. E isso sim é um problemão (acho que posso chamar de egoísmo)! Ao perceber isso, resolvi mudar. “Ah! Mas se tá no passado, deixa lá! Pra que pensar nisso?” Não é que eu fique remoendo o passado, mas o modo como vivo hoje é consequência de como eu vivi ontem. E aqui nós retornamos ao início: “Você é a soma das suas decisões.”
                “Você falou sobre o passado e o presente. E sobre o futuro, não pensou a respeito?” Até tentei, mas percebi que por mais que digam que o futuro está lá na frente, ele sempre chega atrasado  e, quando chega, o presente já assumiu o comando. Mas essa delimitação de passado, presente e futuro é muito complexa. Difícil dizer onde termina um e começa o outro. Então, só por garantia, busque a tranquilidade sempre! “E como eu fico tranquilo se tenho tantos problemas?” Pare de reclamar e agradeça. “Ninguém agradece por ter problemas!” Exatamente. Se você agradecer, talvez eles deixem de ser problemas.

Até a próxima!